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II Seminário de Estudos de Literaturas de Língua Inglesa: Escritoras de Língua Inglesa

2018

Resumos

Mesa Redonda 1: Literatura, Tradição e Inovação

 

FRANKENSTEIN DE MARY SHELLEY – 200 ANOS DESTE CLÁSSICO

Paulo Roberto N. de Andrade (UFC)

 

RESUMO: Esta comunicação inicialmente aborda aspectos e traços que caracterizam a obra Frankenstein: ou o Prometeu Moderno (1818) da escritora Mary Shelley como um clássico da literatura inglesa e mundial. Mais especificamente, serão analisadas as cartas 1 e 2 e o capítulo 1 na abertura da obra face o enquadramento temático da obra como um todo. Ao final, busca-se reiterar a grandiosidade desta obra produzida por uma jovem escritora no início do século XIX.

200 ANOS DE FRANKENSTEIN: A NARRATIVA DE MARY SHELLEY AOS OLHOS DA SÉTIMA ARTE

Francisco Romário Nunes

Francisco Carlos Carvalho da Silva

RESUMO: O presente artigo traça um breve panorama das adaptações fílmicas da obra Frankenstein or, the modern Prometheus, de Mary Shelley. Publicado pela primeira vez em 1818, a narrativa completa duzentos anos de existência e continua a exercer influência nas diversas mídias, especialmente no cinema. Victor Frankenstein, personagem protagonista, estuda como gerar vida e desenvolve experimentos para provar sua descoberta. No processo, o cientista produz uma criatura e obtém êxito ao torná-lo vivo. Contudo, a criação escapa do controle de Frankenstein, que é acometido por uma série de crimes trágicos. A partir de algumas discussões sobre adaptação fílmica (LEFEVERE, 2007; HUTCHEON, 2013), investigamos de que modo o romance de Mary Shelley continua sendo reescrito nas telas e quais traços podem ser observados nas seguintes adaptações: Frankenstein (1931), com direção de James Whale; e Mary Shelley’s Frankenstein (1994), dirigido por Kenneth Branagh. Partimos do pressuposto que os filmes ressignificam a obra literária a partir dos seus diferentes contextos, contribuindo para criar novas imagens da história centenária de Mary Shelley.

 

PALAVRAS-CHAVES: Frankenstein. Literatura. Cinema. Adaptação.

ALÉM DE “DUAS POLEGADAS DE MARFIM”: UMA JANE AUSTEN SUBVERSIVA

Ricelly Jáder Bezerra da Silva (FECLESC/UECE)

 

RESUMO: Os romances de Jane Austen têm sido lidos e apreciados em diversos países e por públicos de diferentes gerações. Contudo, a obra da autora é, não raro, comparada a narrativas chick-lit, isto é, textos cuja principal característica é o teor romântico, sem referências políticas ou críticas e direcionado, especialmente, ao público feminino. No entanto, trata-se de engano perceber a produção da romancista por essa perspectiva. Austen constrói, em seus textos, narrativas complexas que revelam problemas sociopolíticos de sua época e que ainda reverberam na contemporaneidade. Além disso, a autora inovou ao desenvolver um estilo de escrita peculiar, que a distingue de escritores realistas e de escritores românticos (BURGESS, 2008). Portanto, este trabalho tem por objetivo apresentar e discutir as principais características que compõem a escrita de Jane Austen, a fim de desconstruir sua imagem como uma escritora de romances simples e reconhecer a importância de suas obras no campo dos estudos de literatura de língua inglesa. Como estudo de caso, utilizamos o romance Emma, cuja primeira publicação data de 1815, considerado sua produção mais complexa (PARRILL, 2002). Como base teórica, recorremos os estudos de Jones (2004), que apresenta uma análise crítica a respeito da obra da autora, Copeland e McMaster (2011), cujo trabalho concentra artigos acadêmicos com foco na vida e obra de Austen, de Lacelles (1995), onde se discute aspectos estéticos da produção da escritora, e de Bautz (2010), texto no qual a autora apresenta um estudo historiográfico da recepção dos romances de Jane Austen por parte da crítica especializada. 

 

PALAVRAS-CHAVE: Jane Austen. Subversão. Literatura. Política. Crítica.

RADCLYFFE HALL: UMA VOZ TRANSGRESSORA NA LITERATURA INGLESA DO SÉCULO XX

Fernanda Cardoso Nunes 

RESUMO: Este trabalho objetiva realizar uma análise da obra The Well of Loneliness (1928) da escritora inglesa Radclyffe Hall a partir da crítica literária, pelo viés da teoria queer . O romance ainda retrata a homoafetividade como algo natural num período em que a mesma era considerada crime na Inglaterra, daí o caráter transgressor de sua obra. Como fundamentação teórica, faremos uso dos estudos de Calegari (2012), Fernandes (2015), Silva (2012), Butler (2003) e Vieira (2015) que propõem reflexões sobre a representação da homoafetivade nas obras literárias.

 

PALAVRAS-CHAVE: Literatura Inglesa. Teoria Queer. Radclyffe Hall.

PLENÁRIA 1: Literatura e Identidade

 

EDWIDGE DANDICAT E O DESLOCAMENTO DO SUJEITO 

Michel Emmanuel Félix François (UFC)

 

RESUMO: Edwidge Dandicat desvela o sentimento de não pertencimento daqueles que deixam sua terra natal em busca de uma vida melhor em terras longínquas. A mudança de espaço gera conflitos identitários diversos. Já com o deslocamento inicial, o sujeito se distancia do seu sistema referencial original e intenta, devido à necessidade natural de adaptar-se para sua própria sobrevivência, absorver e/ou apropriar-se do sistema referencial de um outro espaço.  Para Dandicat, o não pertencimento ocorre em ambas as direções, tanto no espaço original, incapaz de garantir um ambiente favorável à manutenção do status quo do sujeito, quanto no destino, onde o sujeito é indesejado e rejeitado. Assim, a autora coloca em foco a problemática daqueles que sofrem preconceito e rejeição, principalmente por serem emigrantes, mulheres e negras. 

 

PALAVRAS CHAVE: pertencimento, espaco, identidade.

Mesa-Redonda 2: Literatura, Estudos Culturais e Tradução

WARSAN SHIRE: UMA POETISA DA DIÁSPORA

Francisco Carlos Carvalho da Silva (UECE/FECLESC)

RESUMO: 

Warsan Shire é uma escritora britânica, poeta e professora, nascida no Quênia. Shire imigrou para o Reino Unido quando tinha apenas um ano de idade. No ano de 2011 a editora Flipped Eye publicou seu livro de poesias Teaching my mother how to give birth. Na obra em questão, a poeta recorre não apenas à sua experiência pessoal como matéria da sua obra, mas coloca sua poesia à disposição dos grupos marginalizados. Dessa forma, seus poemas dão voz aqueles que não costumam ser ouvidos, ou seja, os imigrantes, os pobres, os negros, as mulheres e os refugiados, bem como outros grupos marginalizados. Entre muitas das temáticas abordadas por Warsan Shire, destaca-se a diáspora.

PALAVRAS-CHAVE: Warsan Shire, diáspora, poesia, migração, refugiados.

ALTERIDADE E VIOLÊNCIA EM OCTAVIA BUTLER

José Ailson Lemos de Souza (UFBA)

RESUMO: Octavia Butler (1947-2006) é comumente apresentada como a primeira autora negra a se destacar na ficção científica (FC), gênero que ainda sofre com a indiferença crítica, tanto acadêmica quanto jornalística, e que por décadas foi explorado quase que exclusivamente por escritores brancos. Robert Crossley (2004) afirma que na década de 1950, período em que Butler se forma como leitora e já vislumbra uma carreira literária, grande parte dos livros no gênero eram não apenas direcionados a um público juvenil branco, mas também acintosamente racistas. Ao ser questionada sobre o que a levou a escrever FC, Butler cita a ausência de restrições e limites, comum ao gênero, como fator principal. Se por um lado a escrita surge como atividade em que exerce liberdade, autonomia e o poder da imaginação, por outro, Butler explora questões conflituosas como alteridade, violência e dependência, desenvolvidas – e nunca resolvidas – no âmbito de contextos racistas e misóginos, expressos admiravelmente na trilogia Lilith’s Brood (2000) e no romance Kindred (1979). Para Steven Shaviro (2006), Butler propõe uma política de afetos que vai além das alternativas insípidas do multiculturalismo, bem como da ética “despolitizada” de Levinas, distanciando-se de maneira salutar da base comum que caracteriza tanto fascismo quanto liberalismo. Ao mesclar elementos de FC com narrativas de escravidão, Butler oferece uma visão chocante e intolerável, resultado de nossas falhas no reconhecimento do Outro.

 

PALAVRAS-CHAVE: alteridade; ficção científica; Octavia Butler; violência.

LITERATURA E IMPRESSÕES DE LEITURA NA TRADULÃO DA CORRESPONDÊNCIA DE VIRGINIA WOOLF E LYTTON STRACHEY

Georgia Gardenia Brito Cavalcante Carvalho (PARFOR/UECE)

RESUMO: A presente comunicação tem como objetivo tecer algumas considerações acerca da tradução para o português brasileiro de uma seleção de cartas em língua inglesa, trocadas entre a escritora Virginia Woolf (1882-1941) e ensaísta Lytton Strachey (1880-1932), durante os anos de 1906 e 1912, antes da consolidação de Woolf enquanto escritora referencial para a literatura produzida no século XX. O corpus foi retirado de um conjunto  de cento e cinco cartas que foi publicado postumamente sob o título Virginia Woolf & Lytton Strachey: Letters (1956). A tradução comentada desenvolvida levou em conta os aspectos culturais e linguísticos do texto-fonte, com ênfase nas impressões de leitura dos escritores acerca de determinadas obras literárias e seus respectivos autores. A tradução das cartas revela as angústias dos escritores com o fazer literário, assim como, inúmeros comentários sobre suas leituras e autores canônicos, dentre outros assuntos. Os preceitos teóricos norteadores dessa pesquisa encontram base nos estudos de Berman (2013), Levý (2000), Rónai (1981) e Williams (1980, 1992, 2007), entre outros. 

 

PALAVRAS-CHAVE: Tradução comentada. Epistolografia. Virginia Woolf. Lytton Strachey.

EM TEMPOS DE NOBEL DYLAN, VAMOS FALAR DE NINA SIMONE?

Ana Remígio (UERN)

RESUMO: Nina Simone (1933 – 2003), cantora, compositora, pianista e ativista social norte-americana, trouxe, em sua voz e suas letras, não só a difícil trajetória dos negros na segregada sociedade estadunidense (principalmente a sulista), mas também o conturbado caminho feminista em meio à transformadora década de 60. Suas atitudes radicais a levaram quase ao ostracismo. Propomos um olhar sobre suas canções.

PLENÁRIA 2: O Romance Inglês e sua Formação

NORTHANGER ABBEY: JANE AUSTEN NA ENCRUZILHADA DO ROMANCE INGLÊS

Charles Albuquerque Ponte (UERN)

RESUMO: O romance inglês sofreu uma grande modificação na passagem do século XVIII para o século XIX, marcada em parte pela percepção do novo perfil de leitor. Nesse sentido, este trabalho se propõe a ler o romance Northanger Abbey, de Jane Austen, como uma metáfora para a encruzilhada em que o todo o gênero passava durante o período. Assim, a partir do conceito de indústria cultural de Adorno e Horkheimer (1985) e de teóricos sobre o romance inglês, como Backscheider e Ingrassia (2009) e Brantlinger e Thesing (2005), o confronto temático e estrutural entre literatura gótica e romance da vida privada na obra de Austen será posto em perspectiva com relação às tendências do romance inglês à época. Dessa forma, a percepção falha da protagonista Catherine Morland de que vive sob ameaças típicas de romance gótico vai ao encontro da tendência do romance inglês como um todo, com resquícios de outros subgêneros que perdem espaço para o romance da vida privada na virada do século XIX.

 

PALAVRAS-CHAVE: Jane Austen. Northanger Abbey. Romance inglês.

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